As pessoas tendem a querer ocupar o lugar de um vazio que a outra pessoa tem - às vezes por paixão, por gostar da outra pessoa -, sem perceber que esse vazio tem que estar ocupado por outra pessoa, para que a pessoa seja inteira, para que seja quem ela realmente é. Não cabe ao novo parceiro preencher um vazio deixado por outro. Em algum momento ele não suportará, e perceberá que está sendo exigido como alguém que não é ele.
Por isso que a separação deve ser bem feita. Uma boa separação é importante do ponto de vista sistêmico. Não se trata apenas de resolver bem um conflito pontual, pois estamos olhando sistemicamente, estamos olhando para a vida, e ela não começou agora com a separação, e não vai terminar com a separação. Ela vem de antes.
Em geral, essa separação já estava anunciada há muito tempo. Provavelmente antes de começar o relacionamento. Porque quando se iniciou o relacionamento, uma pessoa já quis colocar o outro para preencher um vazio que não lhe cabe. Já faltou olhar para a própria realidade, já faltou reconhecer uma dor anterior e o lugar de alguém importante.
As pessoas tendem a querer que os parceiros ocupem esses lugares, porque é mais fácil.
Porém, em um olhar sistêmico, a boa resolução de conflitos não é pontual, é muito mais do que isso.
Por isso que, para quem trabalha na justiça, o resultado é muito maior do que simplesmente resolver um processo. É o aumento considerável das chances de a pessoa não precisar passar por outro processo com aquele.
Às vezes, junto com um conflito que a pessoa resolve, outros conflitos também se resolvem. Ao resolver um conflito com o parceiro, a pessoa resolve um conflito com o seu pai, resolve um conflito com a sua mãe, resolve um conflito ancestral que já vinha se repetindo por gerações, melhora seu olhar para os filhos, e libera os filhos para que eles não tenham que repetir esse mesmo conflito.
(Trecho extraído da Jornada de Constelações na Resolução de Conflitos, com Sami Storch)
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