"Otimismo é esperar pelo melhor. Confiança é saber lidar com o pior." Roberto Simonsen

segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Empreendedorismo jurídico, é possível?

Ano da Postagem: 2024

Localização: Salvador-BA


Fonte: imagem obtida pelo Google.


Diante desse cenário, com muitas faculdades de Direito e a saturação de profissionais no ofício, é preciso que esse profissional se destaque na advocacia. Então, o empreendedorismo jurídico, é possível, está atrelado na capacidade de aplicar boas práticas para conquistar o mercado, lidando com proatividade, dinamismo, postura analítica, gerenciar, noções de marketing, planejamento estratégico e adotar inovações para otimizar a prestação de seus serviços. 

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Fonte: imagem obtida pelo Google.

Vale ressaltar, que o empreendedorismo jurídico não está atrelado à mercantilização, por outro lado, deve ficar em alerta para não infringir com as normas previstas do EAOAB, ok!?

Finalizo o tema de hoje, espero que vocês tenham gostado da minha explicação, porque é uma dúvida que muitos advogados possuem. Quaisquer dúvidas, estou à disposição para saná-las.

Muito obrigada e até mais.

 

Escrito por Gabriela Toss Reis.

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Conflitos em torno de inventário?

 Imagine uma pessoa que teve um relacionamento, e dentro desse relacionamento teve filhos.

Depois teve outro relacionamento, no qual teve outros filhos.

Os filhos do segundo relacionamento não estão em situação de igualdade com os do primeiro relacionamento.

Eles se beneficiaram das dificuldades, das dores e das tragédias da primeira família.

Isso não significa que eles têm culpa. Significa, simplesmente, que colheram benefícios do término do relacionamento anterior.

Digamos que um homem tenha se separado da primeira mulher, deixando filhos, saindo de casa, constituindo uma nova família, e convivendo com os filhos desta nova família.

Os filhos da nova família conviveram com o pai, que ficou ausente para os filhos do primeiro relacionamento.

Eles só tiveram esse pai presente, só puderam conviver com uma família estruturada, porque seu pai separou-se da primeira mulher. Os filhos do primeiro relacionamento, por sua vez, tiveram que crescer sem o pai dentro de casa.

Houve um preço. Alguém pagou um preço alto para que os filhos do segundo relacionamento tivessem uma família mais bem estruturada.

Mais ainda: para que pudessem viver. Afinal, eles só existem graças ao término do primeiro relacionamento, e às dificuldades que essa mulher e esses filhos passaram.

Se os filhos do segundo relacionamento consideram-se iguais, ou até melhores, do que os do primeiro relacionamento, isso provavelmente ocasionará problemas no momento do inventário.

Por que?

Porque não há um reconhecimento de cada um em seu lugar. Quem veio depois está querendo ser maior do que quem veio primeiro.

Mas a verdade é que quem veio depois não tem nem ideia da dor que os irmãos, filhos do relacionamento anterior do pai, passaram.

De maneira geral, os mais novos nunca saberão o tamanho da dor que os mais velhos enfrentaram ou ainda enfrentam. Quem veio depois não sabe o que aconteceu primeiro. Os filhos não têm noção do que aconteceu entre os pais; não conhecem todos os segredos, todas as nuances, tudo aquilo que ficou oculto.

No entanto, muitas vezes, os filhos do segundo relacionamento sentem-se mais merecedores, porque, por exemplo, ajudavam o pai no trabalho, e por isso consideram-se mais importantes.

Mas todas as oportunidades que tiveram em suas vidas, incluindo a de nascer, foram graças ao fato de o pai ter se separado da primeira família.

Segundo a lei da hierarquia, observada por Bert Hellinger, os filhos do primeiro relacionamento, que vieram primeiro, são maiores, já que suportaram uma dor maior do que a dos mais novos.

E o reconhecimento disso, pelos irmãos mais novos, é um movimento que coloca as coisas em ordem, que traz paz para todo o sistema familiar.


(Texto extraído do curso online Direito Sistêmico e as Constelações Familiares na resolução de conflitos)

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

O caminho necessário para se ir além

 Para superar um padrão de comportamento prejudicial, para dar um passo adiante, progredir na vida, não existe uma solução mágica: o caminho é sentir culpa. O sentimento de culpa faz parte da solução.


Em muitos casos, a solução para se desvencilhar de um padrão é seguir pelo caminho da má consciência, e arcar com as consequências disso. O sentimento de culpa não deixará de acontecer. Ele é um fenômeno, ele acontece, não é uma escolha.


A pessoa irá sentir-se se distanciando de algo que para ela é importante, porque é a sua origem, é o seu grupo. E não é fácil, porque o chamado para voltar a se conectar, para se sentir pertencente, é muito forte.


Em casos de viciados, por exemplo, isso é muito forte. A Virgínia Satir já dizia como nós devemos ter muita paciência com as recaídas. Só que ela não dava essa explicação que o Bert Hellinger dá, do porquê as pessoas estão sujeitas a recaídas em caso de vício.


Não só com drogas. De relacionamento também. De padrões em geral, de a pessoa retornar a um padrão antigo. Porque a boa consciência é muito forte. É um instinto de sobrevivência.


Já facilitei constelações em que a pessoa tinha uma dificuldade financeira, e então coloquei uma fileira de antepassados, e todos apresentaram o mesmo padrão. Gerações e gerações de pessoas com dificuldade financeira. Então coloquei um novo representante, um pouquinho mais distante, e disse “Olha, está aqui a riqueza. Você quer ir para a riqueza? Experimente, vá para a riqueza.”


A pessoa então se posicionou ali, junto da riqueza. “Agora sinta a força da riqueza. Você quer ficar aqui?” Na hora ela se sentiu mal, preferiu ficar com a fileira de antepassados. É muito forte.


Agora, se quiser se distanciar, terá que se distanciar, e arcar com isso. A má consciência é um caminho necessário para se ir além.



(Trecho de uma aula com Sami Storch)

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Vídeo: Direito Sistêmico e Constelações Familiares na resolução de conflitos - Sami Storch

Relato do Dr. Sami Storch e aos profissionais do Direito abordando sobre a relevância de trabalhar com as práticas da Constelação Familiar no âmbito jurídico. 

O Direito Sistêmico, aplicado às técnicas da Constelação Familiar, tem por escopo de solucionar os conflitos, auxiliando nos Institutos da Mediação e Conciliação. 

Vídeo: Direito Sistêmico e Constelações Familiares na resolução de conflitos - Curso online com Sami Storch

Canal do Youtube: Direito Sistêmico - Sami Storch

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

"O sangue herói de Farrapo" - Teixeirinha


Fonte: imagem obtida pelo Google.




No momento não é comemoração ou celebração, mas sim juntar as forças que necessitamos. 

Que a Semana FARROUPILHA sirva as nossas façanhas de reconstruir o nosso amado Estado Rio Grande do Sul.

Por isso, o nosso sangue escorre, "o sangue herói de Farrapo".  - Teixeirinha (Canção - Querência Amada). 

"Não está morto quem peleia" 


VIVA O RIO GRANDE DO SUL !! 💚❤️💛

Escrito por Gabriela Toss Reis.  


A seguir, o hino do Estado do Rio Grande do Sul, mas mostrar a força que temos! 

Fonte: Canal do Youtube - Gol Áudio (golaudio)

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Como aplicar as Constelações na Justiça?

 A meu ver, a melhor forma de aplicar as constelações na justiça é de forma coletiva. O alcance é bem maior. O tempo que se dedica para trabalhar com uma pessoa ou com um processo pode ser empregado para trabalhar com pessoas envolvidas em cinquenta processos diferentes, cujas dinâmicas são semelhantes, e assim todos se beneficiam.


Não estou me referindo apenas às partes, mas também aos advogados, que se beneficiam enquanto seres humanos, porque as dinâmicas humanas são semelhantes para todos. Isso tem dado um resultado muito bom.


O número de convidados depende do movimento, do fluxo de processos em cada vara ou em cada unidade. Alguns juízes preferem trabalhar de forma individual em audiências ou encaminhar os processos para algum constelador fazer. Muitos juízes, por não se sentirem habilitados para facilitar as Constelações, optam por chamar um constelador experiente para realizar esse trabalho. E isso também é válido.


Para advogados, talvez a dinâmica ocorra de maneira diferente. Os advogados estão encontrando sua própria forma de trabalhar em seus escritórios. Alguns se sentem mais à vontade para trabalhar de forma individual. Acredito que as Constelações estão a serviço de todos. Existem, portanto, muitas formas de se fazer.



(Texto extraído do curso online Direito Sistêmico e as Constelações Familiares na resolução de conflitos, com o Dr. Sami Storch)

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

MediaÇÃO é terapia ?

 Ano da Postagem: 2024

Localização: Salvador-BA


MediaÇÃO é terapia ?


A MediaÇÃO de Conflitos foi sancionada através da Lei n. 13.140/2015 - Lei de Mediação atrelado ao Código de Processo Civil de 2015, com o intuito de buscar o consenso entre as partes, ou seja, em prol da solução das lides processuais por vias extrajudiciais e judiciais.

De fato a Mediação não é terapia, mas a MediaÇÃO torna-se terapia, no momento que o profissional está seu ofício tratando desta abordagem, por isso, a MediaÇÃO pode ser Terapêutica, Integrativa, Sistêmica e entre outros.

Escrito por Gabriela Toss Reis.

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Como empoderar as pessoas que estão em um conflito?

Procuro trabalhar com o empoderamento das pessoas que estão no lugar de serem empoderadas. Sempre que há um conflito, falta empoderamento. Sempre que alguém se considera vítima, falta empoderamento, falta poder pessoal para a pessoa. Ela não está exercendo o seu lugar com plenitude.

Os pais, quando querem delegar uma solução, uma decisão relativa à família, relativa aos filhos, para um terceiro, seja um advogado, mediador ou juiz, estão fragilizados em seu lugar de pais, e isso é prejudicial aos filhos. Mas é assim. As famílias, em geral, não são perfeitas. Logo, qualquer um está sujeito a precisar do auxílio de terceiros, a não conseguir se entender com alguém que um dia amou.

Quando os pais não querem conversar diretamente, não querem olhar-se nos olhos, quando não há diálogo entre eles, diigo-lhes o seguinte: “Olha, para decidir a guarda dos filhos ou o regime de visitas, vocês precisam se entender, porque, se eu der uma decisão com a qual pelo menos um dos dois não esteja de acordo, vocês continuarão tendo problemas. É uma ilusão achar que eu vou resolver. Se não tiver comunicação entre vocês, vou determinar o regime de guarda e o regime de visitas, os dias que vai ficar com o pai e os dias que vai ficar com a mãe. Se um dia um atrasar, já vai dar problema, já vai ter queixa: — Ah, ele combinou e atrasou. Aí vai ter queixa do outro porque ele combinou, foi embora e devolveu o filho num horário inadequado. Quando as férias chegarem, como serão resolvidas? Vai ter briga para ver quem fica no Natal, quem fica no Ano Novo. Há tantas questões que vocês precisam resolver em relação aos filhos, por isso, a comunicação eficaz entre os pais é fundamental. É indelegável. Vocês precisam se comunicar.”

Então, as partes respondem: “Ah não, mas a gente não se fala, porque não dá certo. Decide aí, doutor”. Ao que respondo de maneira incisiva: “Gente, é lição de casa de vocês. Vocês precisam se comunicar.”

Diante desse contexto, como convencê-los? Como se diz na Justiça Restaurativa: “devolver os conflitos aos seus donos”. Os donos dos conflitos são eles, são as partes envolvidas.

Se eu quiser dar uma solução, serei um terceiro que não sei nada da realidade deles, e não estarei lá no dia a dia. Não posso estar nesse lugar. Tenho que ser um facilitador para que possam estar no lugar de quem resolve seus próprios problemas, para que não fiquem me procurando de novo e de novo.

Por isso, falo para eles: “Se eu tomar uma decisão em relação ao que vocês vão fazer com o filho de vocês, essa decisão inclui em que escola ele vai estudar, onde vai morar. São assuntos que os pais têm que decidir. Se vocês me pedirem para decidir, como os seus filhos vão olhar para vocês? Vão olhar para vocês e vão enxergar vocês pequenininhos. Não vão enxergar vocês grandes, como pais que oferecem segurança, que cuidam dos filhos. Vão enxergar vocês como pais que não conseguem cuidar dos filhos, que não conseguem resolver as coisas dos filhos.” Mostro para eles que essa atitude gera insegurança, gera falta de firmeza.

A mãe terá de dizer ao filho: “Olha, filho, você vai ficar com o papai no final de semana porque o juiz falou. O papai vai pagar tanto porque o juiz falou”. Enquanto o pai vai dizer para ele: “Olha filho, está bem legal aqui, a gente está se divertindo, mas agora você tem que voltar para a casa da mamãe porque o juiz falou e, se você não voltar, vai dar problema.”

Mostro-lhes, enfim, que, se for assim, o juiz é o grande nessa história, enquanto os pais são pequenininhos, os pais não resolvem nada. Assim, o filho não irá julgá-los como pais, porque irá considerá-los pequenos. Além disso, irá se ressentir da falta de pais grandes. Isso terá reflexos no respeito, na consideração, na força, no desenvolvimento dos filhos.

Os filhos ficarão dependentes da Justiça. Olha o padrão que se está ensinando para os filhos… Eles entenderão que, para resolver as suas demandas pessoais, devem reclamar para outra pessoa, em vez de conversar. Os reflexos são sistêmicos.

Depois de explicar tudo isso, questiono novamente os pais: “É isso que vocês querem? Vocês querem que eu decida para que fiquem como os pequenininhos da história? Ou vocês querem crescer nessa situação, assumir o lugar de pai e mãe, vencer as dificuldades que vocês tiverem, superar isso, para conversar, se comunicar, poderem olhar para os filhos e os filhos poderem olhar para vocês como grandes. Nesse caso, poderão dizer para os filhos: — Nós decidimos que vai ser assim.”

Às vezes, peço-lhes para imaginarem que olham para os filhos e dizem: Vocês vão ficar com a mamãe porque o juiz falou. Vocês vão ficar, durante o final de semana, com o papai porque o juiz falou.” Em seguida, pergunto-lhes como se sentem. Pergunto-lhes, também, como os filhos se sentem. Então, peço-lhes que imaginem que estão olhando para os filhos entre eles. Depois disso, peço-lhes que se imaginem se olhando e se reconheçam como o pai e a mãe, e em seguida digam: “Nós vamos decidir. Os filhos são nossos”. Em seguida, peço que olhem para os filhos e digam: “Nós vamos decidir como vai ser, fiquem tranquilos. Vocês têm um pai e uma mãe. Vocês vão ficar conosco e nós resolvemos. Não se preocupem”. Por fim, questiono-lhes como se sentem. E também como os filhos se sentem. Digo-lhes ainda: “Se vocês fizeram esse exercício, puderam sentir que, imediatamente, quando disseram isso, vocês cresceram e os filhos se sentiram seguros, os filhos se sentiram despreocupados, porque vocês estão no controle. Vocês são grandes.”

Esse é um exemplo de trabalho para empoderar as partes envolvidas. É claro que isso é uma nova postura do juiz. Eu mesmo, quando ajo assim, estou renunciando a ser o grande, a ser o poderoso diante desse relacionamento, de ser quem decide, porque o juiz que resolve tudo na caneta tem o poder, mas, em contrapartida, alimentará a relação de dependência das pessoas em relação à Justiça, e não é isso o que buscamos.


(Texto extraído do curso online Direito Sistêmico e as Constelações Familiares na resolução de conflitos, com o Dr. Sami Storch)

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

O abismo invisível que impede as partes de cederem

 Nos conflitos de casal que chegam à justiça, muitas vezes há um abismo invisível que impede as partes de cederem, de chegarem a um consenso, e de fazerem um acordo.


Por exemplo, quando o homem ou a mulher chora pela dor de um filho perdido, enquanto o outro não olha para isso, não reconhece a importância dessa dor, ou seja, quando os dois não choram por igual a perda de um filho, isso provoca um grande desequilíbrio. Embora essa situação não se resolva financeiramente, na hora em que esse casal vai discutir a questão financeira, a impressão que se tem é de que o problema é o dinheiro.


Com a Constelação, porém, é possível descobrir o que não está sendo visto, que abismo oculto é esse entre as partes.


Pode ser que o abismo seja representado por um filho que foi abortado, ou por uma grande renúncia que alguém tenha feito, ou por uma grande dor que alguém tenha tido e que não foi reconhecida. Ao reconhecerem isso, as partes entendem que não há mais o que se possa fazer em relação a isso, ou seja, reconhecem que não adianta cobrar. Ou reconhecem que é possível retribuir de alguma forma: “Olha, eu reconheço que isso teve um preço para você e eu vou compensar isso dentro do possível. Vou compensar bancando algum projeto, comprando um imóvel…”


O equilíbrio, muitas vezes, não é aquele que está no contrato; não é aquele que está nas cláusulas; não é aquele que está na matemática de avaliar os bens e patrimônios, os imóveis ou os automóveis. Às vezes o equilíbrio é diferente.


Esse é o equilíbrio sistêmico que buscamos, e que o Direito Sistêmico pode trazer para dentro das relações, para dentro das soluções dos conflitos.



(Texto extraído do curso online Direito Sistêmico e as Constelações Familiares na resolução de conflitos, com o Dr. Sami Storch)

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

O Mediador é equiparado a Servidor Público?

 Ano da Postagem: 2024

Localização: Salvador-BA



Em relação a pergunta, o MEDIADOR é equiparado a servidor público. Está previsto pelo artigo 8° da Lei n. 13.140/15 que define : o Mediador e todos aqueles que o assessoram no procedimento de MediAção, quando no exercício de suas funções ou em razão delas, são equiparados a servidor público, para os efeitos da legislação penal"


Escrito por Gabriela Toss Reis. 

REFERÊNCIA

BRASIL, Lei n. 13. 140/15 - Lei de Mediação.  Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13140.htm Acesso em: 10 abr. 2024.